terça-feira, agosto 23, 2022

Os Reinos Encantados de DE WALT DISNEY (Richard Collier)


Vestido displicentemente, com um casaco de lenhador e um chapéu verde de tirolês, Walt Disney conversa animadamente com um grupo de seus executivos. Era um radioso dia de outubro, em 1965, e o cenário, 26 quilometros ao sul de Orlando, na Flórida, era uma selva primitiva, duas vêzes o tamanho de Manhattan, que acabava de ser adquirida pela Produções Walt Disney. Onde o observador comum veria apenas pântanos e bosques de ciprestes, Disney já antevia o futuro promissor - um inigualável reino de férias chamado Mundo de Walt Disney, que abrangeria um enorme setor de Diversões, novos e revolucionários hotéis, locais para acampar, campos de golfe, um monotrilho, lagos, lagos e praias de areias brancas.

"E isto seria apenas o começo. Pois agora Disney revelava um sonho que haveria de ultrapassar até mesmo essas realizações. "Não seria maravihoso? ", indagava ele, " se nós pudéssemos construir aqui uma cidade, uma comunidade experimental do futuro, onde as pessoas pudessem viver sem tráfego, sem smog e sem favelas? "
A cidade do futuro, como Disney Richard Collier começou a descrevê-la, seria uma fábula : um aglomerado de ruas refrigeradas, cobrindo 20 hectares, onde o pedestre seria rei. Todo o tráfego da cidade central correria subterrâneo e o centro seria cercado por um cinturão verde e por bairros residenciais para um máximo de 20.000 pessoas. Cada casa seria uma unidade auto-suficiente, dotada da sua própria usina elétrica, ligada a um sistema centra de controle por meio de alarmes contra roubos e incêndios, além de tubulações subterrâneas para a remoção do lixo.

" Imaginem só ", dizia ele. " A cidade seria isenta de poluição e completamente coberta para controle de temperatura"."Mas, Walt" , ponderou Joe Potter, um dos seus vice-presidentes, " isso custaria centenas de milhões de dólares! "

Os olhos castanhos de Disney brilhavam. "Joe ", perguntou ele, "você não quer concentrar-se no problema e deixar de lado o supérfluo ? "Era um comentário bem dele.Durante toda a sua vida, Walter Elias Disney havia tido sonhos assim, e raramente parava para pensar em custos. Do seu estúdio na Califórnia haviam jorrado 534 desenhos animados, 44 curta-metragens, 47 produções educativas e comerciais e 83 filmes de longa metragem, dos quais 18 inteiramente animados. Só neste ano de 1965, seis milhões de pessoas haviam passado um dia na Disneylandia, na Califórnia e 21 milhões de pessoas haviam assistido aos espetáculos de Disney na Feira Mundial de Nova York. Todos os anos, 180 milhões de pessoas pagavam para ver um filme de Disney e 100 milhões de pessoas liam historias de Disney em livros e revistas. Todas as semanas, 250 milhões de pessoas viam as histórias em quadrinhos de Disney e os povos de 70 países assistiam a um programa dele na TV. Seu público total, incluídos todos os meios de comunicação, atingia a cada dos bilhões. Como mestre da fantasia e fábula, artista e criador de personagens lendários, ele havia tocada vida de número maior de pessoas do que qualquer outro homem na História.
Ele era, por si só, uma indústria inteira, uma obra construída sobre sonhos - e nenhum personagem no folclore internacional por ele criado teve uma vida mais rica em fantasia do que o próprio Walt Disney...

(texto extraido da Revista Seleções do Reader´s Digest de Janeiro de 1972)

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